Tarcísio admite erro total a respeito das câmeras corporais

Tarcísio admite erro total a respeito das câmeras corporais

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reconheceu na quinta-feira (5) que estava “completamente errado” sobre a implementação de câmeras corporais para policiais militares. Em entrevista à CNN, afirmou estar agora “convencido” da necessidade de ampliar o uso desses dispositivos.

“Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão das câmeras corporais. Tinha uma visão equivocada, fruto da experiência pretérita que eu tinha, que não tem nada a ver com a segurança pública”, admitiu. “Hoje, estou absolutamente convencido de que é um instrumento de proteção tanto para a sociedade quanto para o policial. Vamos não só manter o programa, como ampliá-lo e buscar o que há de melhor em termos de tecnologia”, completou o governador.

A mudança de postura de Tarcísio de Freitas surge após uma série de casos de violência policial da PM de São Paulo nos últimos dias. Na segunda-feira (3), o policial Luan Felipe Alves Pereira foi filmado jogando o entregador Marcelo Barbosa de uma ponte em Cidade Ademar, Zona Sul de São Paulo. Já na terça-feira (4), o PM Vinicius de Lima Britto foi flagrado executando pelas costas um jovem negro em frente a um mercado Oxxo, também na Zona Sul.

O governador de São Paulo vinha minimizando esses episódios e defendendo a atuação da PM, além do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. Na quarta-feira, quando questionado sobre o caso do homem arremessado de uma ponte, Tarcísio relativizou a conduta do policial, afirmando que a PM “não matou o cidadão”. Ele também defendeu a permanência de Derrite, dizendo que ele estava realizando “um bom trabalho”.

Na entrevista, Tarcísio mencionou ter cobrado o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio Araújo, sobre o descumprimento contínuo do “procedimento operacional padrão” por parte dos policiais e associou esses casos à transgressão disciplinar e à falta de treinamento e reciclagem dos agentes.

Diante da pressão causada pelo aumento de episódios de violência policial em São Paulo, Tarcísio alterou levemente seu discurso. Ele reconheceu que os episódios “esculacham” a instituição, que, segundo ele, é formada por “excelentes profissionais” e “presta um bom serviço”.

“Quando esses casos ocorrem, a instituição é muito criticada. Isso nos agride e é hora de termos humildade para reconhecer que algo não está funcionando. O discurso de segurança jurídica, que precisamos dar aos profissionais de segurança pública para combater o crime de forma firme, não pode ser confundido com salvo-conduto para descumprir regras. Isso não vamos tolerar.”

O governador também afirmou que cobrou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio Araújo, quanto ao descumprimento contínuo do “procedimento operacional padrão” por parte dos policiais. Para ele, os episódios de violência resultam de transgressão disciplinar e falta de treinamento e reciclagem na PM.

Tarcísio e as câmeras corporais

Durante a campanha eleitoral de 2022 para governador de São Paulo, Tarcísio era contra o uso de câmeras corporais pela PM. Após ser eleito, disse que acabaria com os equipamentos acoplados aos uniformes da PM, argumentando que os policiais deveriam “perceber que o estado está do lado deles”. Ele também afirmou que o uso obrigatório das câmeras colocaria a polícia em “desvantagem em relação ao bandido”.

Como governador, tentou substituir as câmeras de acionamento automático por um modelo de acionamento voluntário. Para justificar a troca, Tarcísio alegou que o modelo de gravação direta seria um gasto desnecessário para acumular “imagens que não servem para nada”.

Fonte: https://iclnoticias.com.br/eu-estava-errado-diz-tarcisio-sobre-cameras/

Portal RJ Noticias

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